Na nossa conversa de hoje, o termo que vai sair do nosso estranhamento será esse: a fotobiomodulação.
E pra isso, vou logo começar explicando esse conceito:
A fotobiomodulação é o uso de fontes de luz de laser ou leds, que operam em baixa potência de energia e assim, são usados para o tratamento de lesões ou enfermidades.
Esses lasers ou leds emitem uma energia que, apesar de baixa intensidade, é alta o suficiente para estimular a energia de uma célula de maneira ativa e benéfica. Com isso, temos uma melhora dos tecidos biológicos afetados e a recuperação de determinadas lesões. É por isso que essa terapia se torna cada vez mais relevante nos dias de hoje.
Mas, como ela surgiu?
Bem timidamente, devo dizer. No início, seu objetivo era ajudar na cicatrização de úlceras e feridas que surgiam no pós-operatório. E por conta de seu evidente potencial de reparo de nossos tecidos e de seu efeito analgésico e anti-inflamatório, ela passou a ser fortemente recomendada em outras áreas de atuação também.
E agora, vamos falar um pouquinho sobre como o efeito da fotobiomodulação no organismo:
Funciona assim: a absorção da luz laser por nossos tecidos faz com que fotorreceptores (as moléculas que absorvem a luz) sejam estimulados e interfiram na cadeia respiratória mitocondrial, uma organela celular responsável pela sintetização de ATPs, moléculas de energia utilizadas pela células. Com isso, os níveis desse ATPs aumentam, mais fatores de crescimento são liberados e mais colágeno é sintetizado.
É por conta desses fatores que nos dias atuais a fotobiomodulação é amplamente utilizada na cicatrização de feridas, na reparação de lesões nos tendões, músculos e ossos, além de neuropatias (doenças do sistema nervoso) e no tratamento da dor aguda e crônica.
Na verdade, quando se fala em procedimentos médicos para tratamento da dor e reparo de tecido, em praticamente todos eles há a indicação dessa terapia como método adjuvante a outros recursos.
A fotobiomodulação nos dias atuais:
A tecnologia só tem a acrescentar a essa técnica! É por conta dela que hoje temos novas fontes de luz, diversas possibilidades de laseres e com isso, muitas mais indicações.
Em tecidos moles, ela é utilizada para tratar feridas crônicas do pé diabético, pós operatórios e vários procedimentos estéticos. Nesse caso o objetivo é acelerar e melhorar a qualidade da cicatrização tecidual e a reparação.
Já em ossos e tendões, ela diminui a dor e o edema, também ajuda no processo de reparação tecidual e com isso, ajuda a devolver a funcionalidade dessas estruturas.
Por conta de seu super poder de mediação do processo inflamatório e de analgesia, ela também vem sendo muito usada em campos de clínica médica, especialmente os relacionados à dor.
E não para por aqui! Essa terapia também é muito indicada no tratamento de doenças sistêmicas e auto imunes, lesões oncológicas e também como uma ótima aliada no tratamento das diversas terapias que utilizam células tronco.
Ou seja, pra resumir:
A fotobiomodulação é uma terapia não invasiva, indolor, com uma ótima relação custo-benefício e que não causa efeitos colaterais. Quando associada ao quanto é segura, fica fácil entender o porquê pesquisadores e clínicos estão voltando suas atenções à ela, seus efeitos biológicos sobre os tecidos e suas aplicações.